Resenha: Dois a Dois - Nicholas Sparks

Faaaala, galerinha!

Após a maratona de SAFs, vem aí uma resenha de um velho conhecido do blog.

Olha... Fazia tempo que eu não lia um drama, e mais tempo ainda que eu não lia um drama do sir Nicholas Sparks! E, como sempre, a escrita dele me surpreende. Logo no início do livro, nas primeiras páginas, cheguei a pensar em desistir porque estava esperando um romance água com açúcar, não vou negar, mas daí ele me vem com um "quando você começa a querer entender o que deu errado...", e eu SABIA que ia sofrer. Então continuei.

Masoquista que chama, né?

Bora pra resenha!


Título: Dois a Dois
Autor: Nicholas Sparks
Tradutora: Fernanda Abreu

Sinopse: Com uma carreira bem-sucedida, uma linda esposa e uma adorável filha de 6 anos, Russell Green tem uma vida de dar inveja. Ele está tão certo de que essa paz reinará para sempre que não percebe quando a situação começa a sair dos trilhos.
Em questão de meses, Russ perde o emprego e a confiança da esposa, que se afasta dele e se vê obrigada a voltar a trabalhar. Precisando lutar para se adaptar a uma nova realidade, ele se desdobra para cuidar da filhinha, London, e começa a reinventar a vida profissional e afetiva – e a se abrir para antigas e novas emoções.
Lançando-se nesse universo desconhecido, Russ embarca com London numa jornada ao mesmo tempo assustadora e gratificante, que testará suas habilidades e seu equilíbrio emocional além do que ele poderia ter imaginado.
Em Dois a dois, Nicholas Sparks conta a história de um homem que precisa se redescobrir e buscar qualidades que nem desconfiava possuir para lutar pelo que é mais importante na vida: aqueles que amamos.
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 512

Onde comprar? Amazon (mais barato) Saraiva

Bem, como eu disse no início, eu admiro muito a escrita desse homem e ele sempre me surpreende. "Dois a Dois", aliás, marca o vigésimo livro dele e eu comprei uma edição linda da Barnes and Noble com 50% de desconto. Além da capa dura, esse foi o maior atrativo 😅 Mas o que eu acho realmente incrível é que, nesses vinte livros - os quais eu já devo ter lido uns 50% - todos conseguiram me obrigar a ler até o fim. E todos me fizeram chorar.

Às vezes me pergunto: será que é pacto?

Ele criou uma fórmula que deu muito certo e vai continuar dando porque a atmosfera que ele constrói é a armadilha perfeita não só para amantes de romance, mas, na minha humilde opinião, para leitores de qualquer gênero, contanto que a pessoa se disponha a ler. E o fator máximo para isso é que os personagens dele são muito reais, os diálogos são bem construídos e a gente acaba se identificando ou no mínimo simpatizando com a história de cada um. 

Eu mesma estava pensando em desistir do livro no início porque Russell, o personagem principal, me dava vergonha alheia de tão trouxa... Daí eu parei um segundinho e a ficha caiu: "Eita nois, eu sou igual a esse tio." E quando a irmã dele reagia ao que ele dizia, eu ria alto e pensava: "Vish, oh eu aí também. Essa menina é boa demais, tá doido!" Aí acabou né, fiquei presa na história e... foco aqui porque o assunto é sério: acho que é o melhor livro do Nicholas que eu já li.

Mas eu já tagarelei demais né? Vou falar um pouco do contexto.

"Dois a Dois" conta a história de Russell, um pai de família que parece ter tudo o que poderia querer: uma esposa dedicada, uma filha maravilhosa e uma família que o ama e mora a poucos minutos de sua casa. Mas essa fantasia começa a se desintegrar quando ele enfrenta problemas no trabalho e, talvez inocentemente, decide abrir a própria empresa de marketing, a Phoenix Agency. Russ mal sabe que esse vai ser o ponto de partida da sua ruína, mas que a jornada também vai trazer tesouros do passado e ensinamentos que mudarão sua vida para sempre...

Sabe, eu criei uma mania com a minha irmã de, quando o filme está indo muito bem e os personagens estão felizes, olhar quanto tempo falta para terminar. Então eu fiquei rindo sozinha quando dei uma pausa na leitura, vi que era o QUARTO CAPÍTULO e pensei: "Meu Deus, ainda tem muita m* pra rolar!" Eu não tinha nem chegado ao meio do início do livro e já estava me preparando para o tamanho da desgraça que ia acontecer. E ela aconteceu. Mesmo.

Mas, mesmo sabendo que ia dar ruim, eu só sabia de uma coisa: queria ver mais da irmã dele. Nesse ponto, por volta da página 40, ela só tinha sido mencionada algumas vezes e, em todas elas, para brilhar. Era o alívio cômico que eu estava precisando depois de ficar com minha ressaca literária pós-"Tsugumi". E, sinceramente, foi também pela expectativa de ver mais cenas com ela que continuei.

Olha, eu só sei que, quanto mais a história ia se desenrolando, mais eu ficava com o estômago revirado de nervoso. De verdade, sabe quando você sente um arrepio na espinha e quer entrar no livro para poder ajudar a resolver a vida do personagem? Essa era eu. Só conseguia pensar: "O que você está fazendo da sua vida, moço?" e "Meu senhor, essa mulher não se toca? Alô-ô!" E, conforme a história foi se desenvolvendo, me identifiquei cada vez mais com o Russell. Lembra o que eu disse sobre o Nicholas Sparks criar histórias e personagens que fazem a gente no mínimo simpatizar com eles? Pois bem, eu passei a me ver muito no Russ e isso meio que me fez entender por que eu quis largar no início e por que estava me dando vergonha alheia ver tudo pelo que ele passava de cabeça baixa... Enfim, foi bom ter uma visão de fora - e ao mesmo tempo de perto - de como eu sou. E só Deus sabe o quanto eu torci para certa coisa acontecer (sem spoilers aqui), porque me lembrou muito do meu próprio passado. Eeeita, e essa lágrima aí caindo, minha filha?

ENFIM, eu disse que não tinha spoilers aqui, mas vai um spoiler aí. Veja (ou não) por sua conta e risco: desde o início, sempre achei que a Vivian estava traindo ele; talvez pelo livro ser em primeira pessoa, talvez por não gostar muito da personalidade dela... Não sei. Eu sentia isso e ficava torcendo para estar enganada porque eu gostava de como eles eram beeeeem no começo. Mas aí foi só aparecer a Emily, ver como eles se tratam, que fui criando mais e mais ranço da Vivian e me apaixonando mais pela Ems (sim, somos íntimas). Sério, tem necessidade de ser tão escrota? Aff

Contudo, além de toda a jornada de Russ em relação ao trabalho e ao seu relacionamento com a esposa, também vemos o quanto ele ama e se esforça para ver a filha feliz. É lindo demais vê-los juntos e, ao mesmo tempo que ler esse livro me fez perceber ainda mais claramente que não tenho a menor condição de ter filhos, me deu uma leeeeeve - bem leve - vontade de ter um algum dia. Mas bem leve mesmo, quase 1%. Conforme a história avança, Russell e a filha, London, vão criando um laço cada vez mais forte e ele começa a experimentar momentos que antes não podia, já que passava o dia trabalhando. Outro ponto positivo de "Dois a Dois" é essa troca de perspectiva, com o homem sendo colocado como o "dono de casa" e a esposa podendo trabalhar e correr atrás de seus sonhos... Não que isso diminua muito a minha antipatia pela Vivian. Não há feminismo que me impeça de xingar aquela mulher.

A relação do Russ com a Vivian - e o jeito dele, no geral - me lembrou muito um filme chamado "Loucura do Tempo", que revisei no trabalho e pretendo fazer um SAF sobre. Durante todo o tempo em que estiveram juntos, Russ, assim como o personagem principal do filme, evitava a todo custo discussões e queria fazer de tudo para que a garota que amava fosse feliz e o amasse de volta, mas, quanto mais tentava, mais triste e distante ela ficava. Acho que é bem aquilo de "se você ama, deve deixar a pessoa livre". Às vezes, não importa o quanto você se importe com alguém, isso não é o suficiente para a outra pessoa, porque ela talvez não queira aquilo de você. O importante é dar o melhor de si e, se tudo der certo, ótimo. Se não, bola para frente. E é isso que Russ faz.

Outro ponto que merece destaque é a relação dele com a irmã, Marge, como eles estão lá um pelo outro e como se entendem e conhecem melhor do que ninguém. Ela é minha personagem favorita desse livro todo e merecia um spin-off só dela.

Eu me apaixonei por essa história e pelos personagens, e o livro com certeza entrou para a minha lista dos que nunca vou doar, repassar, vender ou pôr na reciclagem. Vai ser meu tesourinho; o primeiro do sir Nicholas que realmente me faz sentir isso. Tem de tudo: romance, comédia e, como não poderia faltar, aquele final de fazer a gente chorar, que eu amo e odeio ao mesmo tempo.

Se ainda não leram, deem uma chance. Não vão se arrepender.


Por hoje é só.
Até a próxima, prateleiros!

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