Resenha: Os 5 Porquinhos - Agatha Christie

Boa tarde, prateleiros!

Chegando aqui no último dia do mês para falar sobre o primeiro livro do desafio da Agatha Christie, com um pintor como personagem em destaque: Os Cinco Porquinhos. Eu nunca tinha lido esse, mas me surpreendi com a forma como devorei. Ser enganada pelas narrativas da Rainha do Crime é praxe, mas desta vez eu realmente achei que estava no caminho certo... Até Poirot começar o segundo (ou terceiro?) monólogo dele. Daí tudo começou a se revelar de outra perspectiva. E fez sentido pra caramba.

Mas chega de papo e vamos para a resenha!

Título: Os Cinco Porquinhos

Autora: Agatha Christie

Tradutor: Octacílo Ninues

Sinopse: Em um de seus mais intrigantes casos, Hercule Poirot enfrentará um opositor que desafiará sua inteligência e sagacidade: o tempo. Procurado pela bela jovem Carla Lemarchant, Poirot é contratado para investigar um terrível crime que acontecera dezesseis anos antes, e que envolveu os pais da moça. Caroline Crale foi condenada à prisão perpétua e submetida a trabalhos forçados pelo assassinato do marido, o famoso pintor Amyas Crale. Mas, antes de morrer na prisão, enviara à filha, então criança, uma carta afirmando sua inocência. Tantos anos depois, não há mais evidências a serem colhidas. As pistas e provas deverão ser tomadas apenas na análise psicológica das testemunhas, e, para tanto, Poirot contará com sua capacidade de compreensão profunda do espírito humano para desvendar esse mistério. Nas entrevistas que Poirot faz com as cinco testemunhas do crime se revelam seus caracteres e intenções, e fortes sentimentos vêm à tona: angústia, inveja, amor, desejo, cobiça, ciúme. Quem, além de Caroline, teria motivos para assassinar Amyas? O que se esconde por trás dos relatos das testemunhas? O que de fato aconteceu na propriedade de Crale naquele fatídico dia? Nada leva a crer que alguma daquelas pessoas possa ter assassinado Amyas Carle, impulsionando o leitor a prestar muita atenção aos detalhes dos relatos, a fim de acompanhar o aguçado raciocínio de Poirot nesta trama cheia de sutilezas, e que culmina em uma surpreendente revelação do assassino e dos curiosos motivos do assassinato.

Editora: Globo Livros

 Nº de páginas: 296

Onde comprar? Aamazon

"A verdade, mr. Blake, tem o hábito de se fazer conhecer. Mesmo depois de muitos anos."

 

Poirot tem mais um caso aparentemente impossível para resolver. Tudo começa quando Carla Lemarchant surge com um pedido inusitado. A jovem vai se casar e está preocupada com o passado de sua mãe, de sua família, e como isso vai afetar a sua vida matrimonial. Isso porque, há 16 anos, sua mãe, Caroline, assassinou o marido, Amyas Crale, um renomado pintor. Carla não esteve no julgamento, foi mandada para o exterior antes que visse a mãe encarcerada, mas a única coisa que sabe é da carta que ela lhe enviou pouco antes de morrer, dizendo que era inocente. E é nisso que se agarra para limpar o nome da mãe e descobrir a verdade.

Um investigador comum provavelmente acharia esse pedido uma loucura, mas Poirot é a pessoa perfeita para analisar este caso de uma outra perspectiva, revisitando o passado e a memória de cinco dos envolvidos naquele dia. Poirot não está interessado nas mesmas provas que os policiais da época investigaram. Não, o que ele quer é mergulhar na psiquê e na narrativa dos fatos de cada um dos Cinco Porquinhos. Visitando um a um, perguntando sobre a visão deles sobre Caroline, Amyas e tudo que aconteceu na propriedade dos Crale, Poirot vai construindo sua própria narrativa, imparcial e resoluta, para desvendar esse intrincado mistério e revelar a verdade escondida há 16 anos.

Um livro magnífico e com uma narrativa extremamente fluida, que é uma marca da dame Christie e que pessoalmente já me deixa com a expectativa lá em cima toda vez que vou começar uma história nova dela. Uma trama repleta de nuances, que descasca uma série de camadas da existência humana, com suas qualidades, complexidades e defeitos, e da sociedade da época (que não mudou tanto assim).

A primeira parte, quando Poirot vai atrás de cada uma das cinco testemunhas, foi uma das mais instigantes e engraçadas de acompanhar. Quando passa para os testemunhos escritos, o ritmo me pareceu um pouco mais lento e menos interessante por ser meio repetitivo, o que é normal e que torna ainda mais vital que ajamos como verdadeiros detetives e prestemos atenção aos detalhes. Eu bem achei que tivesse prestado, e admito com orgulho que uma das nuances que Poirot destaca ficou coçando na minha cabeça, mas cometi o erro de ver o que Christie estava me mostrando em vez de enxergar o que estava nas entrelinhas.

Uma abre-alas de peso para os próximos onze livros que estão por vir. Fiquem ligados que em fevereiro tem resenha de Os Treze Problemas!

Por hoje é só, prateleiros.

Até a próxima resenha!

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