Resenha: Natureza Morta - Louise Penny
Boa tarde quase noite, prateleiros!
A resenha de hoje é de um livro que li no início de 2023 e terminei tendo a certeza de que precisava compartilhar com vocês algum dia, porque me arrebatou de corpo e alma.
Estou falando de Natureza Morta, da autora Louise Penny, um suspense policial recheado de mistério, reviravoltas e muitos suspeitos. E a melhor parte: personagens encantadores, carismáticos e com diversas camadas que vão sendo descascadas conforme a série de casos do Inspetor Gamache se desenrola.
Eu encontrei essa série por acaso, quando decidi que ia voltar para a minha skin leitora e recuperar o hábito de leitura, então fui fuçando na Amazon atrás de histórias de suspense que poderiam me cativar. A sinopse me chamou a atenção desde o início. E como fui muito bem criada e alimentada por séries com um mesmo detetive graças a Agatha Christie, Harlan Coben e Angela Marsons, eu sabia que as chances de me apaixonar pelo universo criado pela sra. Penny seriam muito grandes. E não deu outra: virei fã e agora espalho a palavra de Gamache aos quatro ventos.
Mas chega de papo e vamos para a resenha!
Como começar a descrever este livro? Ele foi o primeiro que li em 2023. Basicamente me tirou de um princípio de depressão e me fez voltar a ter gosto pela leitura, por aquele tempo em que o mundo lá fora parece se calar porque só existe o livro e a gente, sabem? Eu o comecei em uma manhã, deitada na rede até pouco antes de o sol começar a ficar insuportável de quente, e terminei na manhã seguinte. Completamente apaixonada pelo vilarejo de Three Pines, pelos seus habitantes, pela escrita deliciosamente intrigante da sra. Penny, pela sagacidade e delicadeza do inspetor-chefe Armand Gamache e pelos mistérios que ainda estavam por se revelar.
A sinopse do livro dá conta de resumir muito bem o caso que teremos que desvendar junto do inspetor, mas nem de perto poderia me preparar para a rede de intrigas, mentiras e traições que estava por vir nem para o universo aconchegante e ao mesmo tempo assustador que eu ia encontrar. Neste livro que é o abre-alas da série que já conta com sete livros publicados (talvez mais, porque quando eu pisco a Arqueiro já lançou um volume novo, graças ao bom Deus), Louise Penny não só nos apresenta toda a estrutura do vilarejo de Three Pines - importantíssima para compreender não só os casos como as pessoas e o vilarejo como um todo - como também fornece aperitivos do que vamos encontrar nos próximos livros, cutucando o instinto fofoqueiro do leitor, que quer entender o que de tão grave e absurdo acontece em um caso anterior de Gamache e que o pôs na mira de pessoas muito perigosas, que querem testemunhar a sua derrocada.
O suspense é muito bem construído, de tal forma que não dá para ter uma ideia clara de quem é o verdadeiro assassino (ou será que assassina?) pela forma como vamos descobrindo pequenas inimizades e motivos ocultos que poderiam muito bom ter resultado no homicídio da pobre Jane Neal. E por mais que a resolução do caso seja o pilar central dos livros da sra. Penny, o cuidado que ela tem em criar uma atmosfera aconchegante no bistrô de Olivier e Gabri traz uma leveza para a história e a profundidade com que ela constrói as personagens e nos permite conhecê-las nos dá ainda mais gosto de continuar lendo. E tudo isso culmina em uma sensação gostosa de familiaridade quando voltamos para o próximo livro da série, como se chegar ao bistrô, sentar para ter uma conversa e comer um sanduíche fosse parte de uma rotina de que sentimos falta.
Um mistério sobre um crime, mas uma história sobre pessoas. E simplesmente maravilhoso!
Se você é fã desses autores de que falei no início, não perca a oportunidade de conhecer a sra. Penny, o inspetor Gamache e a cidadezinha de Three Pines. Não vai se arrepender.
Por hoje é só, prateleiros.
Até a próxima resenha!
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