Resenha: Rubyfruit Jungle - Rita Mae Brown

Faaaaaala, galerinha!

Boa noite para vocês. Voltei a trabalhar hoje, mas isso não me impediu de terminar um livro maravilhoso que, na verdade, eu nem pretendia trazer resenha para vocês, já que não temos uma versão em português. Mas, como nós somos internacionais - phynas - e alguns de vocês podem saber inglês, não vi mal em falar um pouquinho sobre este coming of age.

Mas vamos ao que interessa!

Título: Rubyfruit Jungle
Autora: Rita Mae Brown
Sinopse: Molly Bolt é uma jovem com grande personalidade. Linda, engraçada e inteligente, Molly descobre ainda bem jovem que vai ter que bater de frente para se manter fiel a si mesma nos Estados Unidos da década de 1950. Encantadora, orgulhosa e criativa, Molly é a garota que se recusa a ser rotulada.
Nº de páginas: 240




"Rubyfruit Jungle" cruzou meu caminho quando eu estava na faculdade, mas, estando no meu último período e exausta com o tanto que estava trabalhando, nem cheguei a pegá-lo para ler. Mas, por sorte, ainda estava nas minhas anotações. E, devo dizer, foi uma bela de uma leitura.

Apesar de carregar temas importantes como sexualidade, racismo e o espaço da mulher na sociedade, o livro ainda consegue ser bem leve e trazer doses de humor. Molly é uma personagem incrível. Determinada, extremamente debochada, divertida e uma mulher de fibra. Assim como muitas das mulheres presentes no livro, na verdade. A história, inclusive, é um retrato autobiográfico da autora, o que só me fez admirá-la mais.

Molly passa por poucas e boas para conseguir uma das coisas que mais almejava: entrar em uma faculdade para deixar sua vida sofrida na comunidade de Shiloh, no Tennessee, e se tornar uma diretora de filmes. Para isso, ela vai precisar se manter firme frente ao frio, à fome e ao preconceito.

Na década de 1950, logo após a 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos estavam passando por um período de grande crescimento econômico, mas isso não significa que não havia turbulências. Os movimentos pelos direitos civis são parte importante da história estadunidense e também são pano de fundo de "Rubyfruit Jungle". Há um trecho muito interessante em que Molly não entende o porquê da segregação entre brancos e negros, questionando por que os banheiros tinham que ser separados. Além disso, um tema muito importante é a sexualidade. Molly é lésbica e passa por maus bocados por conta disso, chegando a ter sua bolsa de estudos revogada por descobrirem que ela estava namorando uma menina. Ela é chutada para fora da universidade, despida de todos os seus direitos, apesar de ser uma das melhores alunas de todo o campus.

Além disso, o livro tem passagens lindas e nos faz refletir bastante sobre a questão do feminino, nos levando para uma volta de montanha-russa pela vida conturbada da protagonista, que, como ela afirma e é comprovado, é mais inteligente e capaz do que muitos dos homens com que estuda na faculdade de cinema, ainda que eles a privem de tocar nos melhores equipamentos. É muito interessante e bonito de acompanhar como Molly não cede a ninguém, até mesmo a quem ela mais ama.  Apesar de várias pessoas a questionarem sobre quando ia trocar as calças jeans por um avental e se casar ou então escolher o caminho mais fácil e ser sustentada por uma mulher famosa, Molly não dá ouvidos. Ela sabe bem quem é e o que quer, e não há nada nem ninguém que vá impedi-la de conquistar o que almeja... a não ser a própria sociedade. Durante todo o romance, vemos Molly e outros personagens à margem da sociedade sendo pisoteados e menosprezados, mas a grande maioria deles continua seguindo em frente de cabeça erguida.

A história como um todo traz muitas reflexões, material suficiente para fazer uma dissertação, e nem estou brincando. Se algum de vocês tiver aula de Literatura Americana na faculdade e esse livro passar pela sua mão, não faça como esta preguiçosa que vos fala. Leia. E, se estiver bem longe dessa graduação mas souber inglês, leia também. Vale muito a pena. O livro prende sua atenção do início ao fim. Fora uma passagem que me deixou um pouco desconfortável, é uma história impecável.

Só leiam!

Bem, por hoje é só.

Até a próxima resenha, prateleiros!

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