SAF - Crítica: After the Rain

 Faaaaaala, galerinha!

Eu disse que o Pratelivros tinha voltado pra valer, não disse? Pois bem, o post de hoje é sobre um anime seinen que comecei a ver há uns anos, mas só fui rever e terminar agora.

Para os leigos, seinen é um gênero de mangá/anime direcionado ao público masculino adulto. Contém umas temáticas mais "sérias", por assim dizer, do que os mangás shounen, que englobam mangás como Naruto, Bleach, One Piece e tal. Normalmente, os mangás seinen tem violência e linguagem mais explícitas, além de abordarem temas mais pesados para os pitoquinhos lerem ou assistirem. Pratelivros também é cultura, não é?

Só que eu não dou muita bola para essas classificações e inclusive achava que After the Rain era considerado josei, mas fazer o quê? Vida que segue.

Chega de papo e vamos para a resenha!

⭐⭐⭐⭐

Por Jun Mayuzuki e animado pelo Wit Studio
Por Jun Mayuzuki e animado pelo Wit Studio


   Onde assistir? Amazon Prime Video
   Número de episódios: 12
   Adaptação do mangá de Jun Mayuzuki

    No original, "Koi wa Ameagari no You ni" (O amor é como depois da chuva, em tradução literal) é um mangá adaptado em anime que conta a história de Tachibana Akira, uma jovem tímida de 17 anos que trabalha meio período em um restaurante chamado Garden, em Yokohama. Ela costumava participar do clube de atletismo do colégio, mas, por conta de uma lesão, acaba tendo que parar. Em um dia de chuva, ela busca abrigo no Garden e, quando o gerente do restaurante serve um café para ela de graça e faz uma "mágica", fazendo surgir um potinho de leite da manga de sua camisa, Tachibana se apaixona por ele e decide fazer um baito (trabalho temporário em japonês) lá.

    A princípio, a trama do anime pode afastar alguns, mas não abandonem o barco. No início, eu também não queria ver porque a diferença de idade é bem grande (ela tem 17 anos e ele, 45), mas o gerente Kondo não tenta nada com ela. Para dar um pouco de contexto sobre como isso é visto no Japão, lá a idade de consentimento é 16 anos, então, para os padrões japoneses, se eles tivessem algum relacionamento não seria crime. Apesar disso, até mesmo no anime essa questão é trazida à tona, tanto pelo gerente quanto por um colega de trabalho de Tachibana, que tem mais ou menos a idade dela.

    O que eu acho interessante nesse anime é como eles trazem essas visões diferentes sobre o assunto; mostram o lado dela, do gerente e de outras pessoas ao redor. Além disso, o modo como o gerente reage a isso tudo é bem divertida e eu diria até mesmo inocente. No início, ele não a vê realmente da mesma forma, acha que ela está enganada e que, se o conhecesse melhor, veria que não passa de um velho divorciado e destrambelhado como um menino. Mas, quando a vê conversando com um amigo - que ele pensa ser namorado dela - há um certo tom melancólico quando ele se imagina jovem, conversando com ela ali mesmo. Até mesmo quando Tachibana quer ter um encontro com ele, Kondo fica relembrando os momentos de sua doce e amarga juventude - como um café puro - ao invés de estar verdadeiramente lá com ela.

    Além disso, outros temas são tratados, como a relação dela com os funcionários do restaurante, com o filho do gerente, Yuuto, e com a amiga de infância, Haruka, com quem corria no clube de atletismo. É até muito bonito de ver o episódio em que elas se reaproximam. Queria poder colocar um gif aqui da cena, mas ia acabar com a graça para quem vai assistir.

    Mais do que uma história sobre uma jovem apaixonada por um homem adulto, After the Rain mostra diferentes vidas, diferentes pontos de vista. O anime nos leva para dentro dos sentimentos de solidão do gerente Kondo, que, quando não está trabalhando, está lendo livros e cuidando do filho, que mora com a ex-esposa. A história nos faz ver como Tachibana sente falta de participar do clube de atletismo e como a paixão pelo gerente coloriu o seu mundo depois que ela ficou depressiva ao ter que largar uma das poucas coisas que amava fazer. É um anime com profundidade, com uma história leve e personagens apaixonantes.

    Sei que a diferença de idade assusta, mas, se possível, deem uma chance. Tenho certeza de que não vão se arrepender.




Bem, por hoje é só!
Até a próxima resenha, prateleiros!

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